Com a vazante severa, mais um lago secou totalmente em Manaus. Agora, mais 50 famílias que dependiam do Lago Mauá para o trabalho e tráfego, na Zona Leste, estão com dificuldade de locomoção e de acesso a água potável.
Este é o segundo lago que seca totalmente em Manaus, durante a vazante. Há uma semana, o g1 noticiou que a estiagem severa secou um outro lago na área urbana da cidade, o Lago do Aleixo, também na Zona Leste.
A seca deste ano tem secado rios e lagos, no Amazonas. O estado também registrou a morte de botos e peixes. A seca prejudica, ainda, o abastecimento de comunidades mais afastadas da área urbana de Manaus e municípios do interior.
O líder comunitário Júlio Cézar informou que a seca também afeta os moradores do Lago Mauá, no bairro Mauazinho, na Zona Leste da capital. No local, situado na pequena Ilha Visconde de Mauá, moram 48 famílias.
Parte das casas são do tipo flutuante. Algumas residências agora estão sobre o rachão coberto de rachaduras que surgiram após o desaparecimento do lago.
Segundo Júlio Cézar, os moradores da ilha estão com dificuldade para se deslocar, e sofrem com a falta de água potável. Julio Cezar contou que parte dos comunitários precisa se deslocar cerca de 400 metros para buscar água para as atividades diárias, como tomar banho, beber e preparo da alimentação.
Estudantes da comunidade também enfrentam lama no caminho até as escolas. “A gente precisa de um acesso de emergência, pelo menos, de uma passarela, para as crianças passarem, porque, quando chegam nas escolas, estão todas sujas por conta da lama, que tem que atravessar essa lama que está na comunidade”, ressaltou.
Atividade econômica afetada
A seca também afetou a pesca e o turismo comunitário, que existe aqui há mais de 20 anos, no local.
Em período de cheia, os próprios moradores usam o lago para transportar turistas até o Encontro das Águas e outras comunidades ribeirinhas tradicionais, como o Lago do Janauari e Catalão, em Iranduba, na Região Metropolitana de Manaus.
“Esses flutuantes que estão secos são os locais de abrigo das lanchas que atuam no turismo comunitário. A gente não em mais onde guardar essas embarcações, e a gente está sendo afetado em tudo”, disse o líder comunitário Júlio Cézar.